um dia.
antes de partir. voltarei à minha igreja. aquela que me batizou para o mundo
dos justos – pela última vez. suplicarei ao “meu” deus que me aceite no reino dos
homens que não tiveram coragem de morrer pregados a uma cruz – estou quase
certo de que não obterei qualquer tipo de resposta – o silêncio na sua casa é
sepulcral – concluirei que deus é surdo. mudo. e não conhece a linguagem
gestual – desconfortável com o próprio corpo. castigarei a fé cega com que
animei os sonhos – partirei. invocarei todos os demónios que acolho em mim.
cerrarei definitivamente os olhos em frente ao santo que jurou proteger-me
contra todos os males. passados. presentes e futuros. tanto da alma como do
corpo – não há justiça nos homens feitos à tua imagem e semelhança – parto. deixo
a tua casa com o sabor de uma partida amarga – sossega. não acredito na
ressurreição. como diz mia couto “o que está queimado não volta a arder”
.................................................................................não tirem o vento às gaivotas
27/09/2012
última oportunidade
salvador dali
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