.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

24/07/2017

amo-te porque existes dentro de mim











apenas uma pequena nota sobre a celebração dos meus trinta e três anos de casado – o casamento é um compromisso de amor entre duas pessoa que juram cuidarem-se até que a morte os separe – tudo o que sobra deriva desta única premissa: o amor – mas para os homens é muito mais do que um compromisso [quase sempre] selado aos olhos de deus. é essencialmente a libertação em definitivo da volubilidade jovem. da imaturidade. do egoísmo e da irresponsabilidade – essa libertação trouxe-me a segurança das noite que. com o seu efeito lento e repetitivo. me ensinou a crescer numa cumplicidade graciosa – nunca mais parei de crescer. tu também – prometi amar-te um dia de cada vez. assim fiz – ao fim do dia. depois de o sol se esconder. os lençóis abriam-se em seda. os chinelos descansam aos pares à entrada dos sonhos sempre compartidos – nunca tivemos medo do tempo. envelhecemos a saber sempre tanto um do outro – fecho os olhos. dou-te a mão e levo-te ao dia onde tudo começou e recapitulo o meu sim: sim. aceito esta mulher na alegria e na tristeza. na saúde e na doença. em todos os dias da nossa vida – nunca mais aquela igreja teve uma noiva tão bonita – acasalamos os olhos na eternidade. depois. ansiosos. unimos as mãos e trocamos um beijo que é todo feito de gratidão e entregamo-nos um ao outro sem medo de nenhuma palavra – os nosso filhos são a nossa graça e testemunhas de que os dias passaram a correr – o amor ensinou-nos a viver numa cumplicidade que também é aceitação – não me canso de te pedir perdão mesmo que na maior parte dos dias não ouças as minhas palavras – são mais de doze mil noites – amo-te porque existes dentro de mim




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