foto - sampaio rego
pobre homem – também tu foste picado pelo mosquito dos
encómios inteligíveis e espontâneos – pobre tonto – tanta idade gasta à procura
de uma coluna jónica capaz de me apartar de todas as almas erradicas do mundo e
logo fui picado pelo pior bicho do universo – vendido ao melhor preço – sou agora homem-besta
até que as minhas orelhas de burro sejam transplantadas para outro impuro – que
seja rápido e sem dor enquanto a alma se torce em programa que não é de lavagem
– deuses loucos estes que me fizeram – soubesse eu calar – soubesse eu cegar –
soubesse eu deixar de ouvir – nem raios. nem coriscos. nem santa bárbara para
dar o meu nome a uma trovoada – tivesse eu um raio para me cair das mãos e
iluminaria o purgatório com um aviso – é para lá que vão todos os caçadores de
almas – mesmo que os vosso olhos só enxerguem papel creiam que em marca de água
vai anexado um sorriso feio – meu e apenas para mim – assim sei que estou vivo
e cada vez mais desperto para o mundo dos mortais
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