na verdade. eu queria mesmo era falar contigo. dizer apenas um olá. um bom dia. um como está passando? e os sorrisos? encantados como sempre – então quando tomamos um cafezinho naquele botequim feito de palavras? estou ansioso para te mostrar dois verbos novos que encontrei ao arrumar a vida que já passou - irias gostar de os conhecer – estavam amarrados a dois adjetivos que nunca adjetivaram coisa nenhuma – confesso. eram tão maus que nunca os levei à rua. ficaram esquecidos - o tempo passou. e agora tudo é diferente. estou mais velho. e o cheiro das palavras já não é igual – no passado estava mais à procura de coisas novas. agora. quero encontrar tudo que é velho dentro de mim e já não está – não guardei nada da vida. os beijos foram esquecidos. os abraços perdidos. as pessoas foram morrendo dentro de mim. e a saliva presa ao céu da boca. roda de um lado para o outro. e eu sem encontrar um lugar digno para cuspir esta azia que me vem de dentro de uma moela seca – e o verbo era é agora o começo de uma história – era uma vez um abril - era uma vez um dia com uma nuvem tão louca que sugou toda a água do mundo. e todos os peixes se fizeram pássaros. e todas as flores se fizeram sonhos. e tudo o que era mundo era afinal um pontinho num espaço que nenhum mês do ano sabia que existia - era uma vez eu. e mais tu. e mais os teus amigos. e os meus amigos. e os teus vizinhos. e os meus. e o teu mundo. e o meu mundo. e tudo é mundo. e nós somos mundo. e em cada pedaço de mundo. um mundo mais completo – nunca esquecerei mais nenhum instante do mundo – escrevo cada sorriso. escrevo cada momento. escrevo mundo
* comentário
à vânia. em 9 de julho de 2012. a um seu texto
que. com carinho. se tornou minha amiga. preenchendo os silêncios da escrita
com palavras de incentivo. ao meu louco e desajeitado amadorismo de querer
escrever
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