foto - sampaio rego
conheci um escriba que comprou uma metáfora para a transformar numa hipérbole. tão pequenina. tão pequenina. que um
dia. enquanto escrevia. reparou que todas as folhas estavam em branco – sentado. olhou para si e pensou: sou um exagero fantástico – levantou-se. dirigiu-se à casa de banho. lavou a boca com dentine. olhou para o espelho. afagou o cabelo denso. e sorriu para a imagem bonita que o
reflexo da sua imaginação tinha criado.
abanou as ideias com um movimento brusco da caixa do seu orgulho laminado. e largou um sorriso maior que o arco
da porta nova de braga – por fim.
arrotou uma hipálage que fazia tempo se atravessara no escroto. soltou uma gargalhada e. ironicamente. partiu feliz em busca de outra metáfora
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