ricardo paula
e a
tenda cheia de gente emocionada.
olhos no ar. e os corpos rebolam num
desafio constante à gravidade – elas voam de baloiço em baloiço. sem rede. e um sorriso. e outro. e entre as pernas afogueadas entra o calor de um humano escuro
com breu – o amor ao circo permite tudo – e o chicote estala enquanto os leões
rosnam em cio importado numa loja de bugigangas orientais – as leoas retocam os
lábios prometendo-lhes afagos e segredos que os tornam reis em selva de
manjericão – e o mágico a fazer desaparecer tudo que é amor. e da cartola mais uma ereção para o público gritar em delírio: sexo. sexo. sexo – as palmas
já não chegam – é o vício – é o jogo das cadeiras a circular… e corre o leão. e depois o elefante. e
o jacaré e o hipopótamo e a formiga sem lugar para se sentar – é o circo da
vida – e o que é fogo que não arde é agora uma labareda – a estrada da noite é
longa e o desatino é alegria numa caixa de viagra – o circo sempre em movimento
e de cidade em cidade. de alma em
alma e de controle em controle ninguém quer parar a ilusão – brevemente numa casa
de ejaculações perto de si
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