marianna gartner
três da manhã e eu às voltas
com o mundo – o mundo é mais do que sinto nesta tristeza que me despedaça – o
mundo é redondo. azul. com mar. sol e sal e ainda outras galáxias que
desconheço – é infinitamente grande para que alguém o queira magoar com este
corpo perdido num solstício de inverno – aqui estou eu à procura das palavras. as horas batem dentro de mim e o sol
escondido atrás de uma lâmpada de sessenta velas – estou triste por dentro. por fora preparo-me para me entregar
a quem me merece. carrego o alforge
com o que me sobrou do fim-de-semana e espero que o sol se ponha em mim para
que a semana comece a acontecer: um
par de olhos meigos. uma manada rasa de gente feliz. um abraço apertadinho. uma conversa [inacabada] na madrugada. um copo de cerveja gelada. uma seta perdida de um cupido
estúpido. uma boca parva que nunca
se cansa de falar o que sente e um sorriso capaz de enganar uma multidão – aqui
estou. os olhos alinhados com o
destino. à espera do melhor e do
pior. com uma mão a estrangular o
que já não suporta e a outra a dizer:
sampaio ri-te só mais uma vez. afinal
ninguém melhor do que tu sabe que o mundo é redondo. azul. com mar. sol e sal e ainda outras galáxias que
desconheces – és uma merda de um ignorante.
acorda que já é quase dia e os espertos nunca dormem – bom dia e boa semana
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