IV.
estou
agora prostrado de joelhos. com a cabeça a tocar o chão que me sustenta o pouco
que respiro. pronto para aceitar o dia da espada cortana. mas mesmo que a
cabeça me caia nas mãos e os olhos mendiguem arrependimento. entregar-me-ei ao
desaparecimento levando comigo o meu perdão – passei então a esconder-me do
além cobrindo-me com um cobertor do melhor de mim. enrodilhando-me até que o
escuro se confunda comigo. e rogo ao universo que me deixe despedir do corpo
com honra e glória. que o fogo me queime por dever cumprido. e quando tudo o
que fui ficar em pó. possa cobrir o mar de lembranças. tal como as magnólias
cobrem os campos na primavera – das uvas se fez sumo. do trigo se fez pão. e de
mim se fez família – e depois de mais mil noites. quando os olhos de quem amei
me procurarem na estrela que um dia acreditei ser minha. que se acenda de
saudade e gratidão: viver foi o melhor que me aconteceu
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