foto - sampaio rego
a noite está
terrível – não durmo – como sempre a massa encefálica desperta com a chegada do
silêncio – começo então a pensar em alta velocidade. acredito eu que não
conheço a velocidade de outros pensadores noturnos – gosto de pensar que sou
rápido – só me sinto capaz de pensar em silêncio-escuro. sempre me conheci
assim – defeito. só pode ser. digo eu e as sombras fantasmagóricas presas às paredes. sujeitando o discernimento
a um pânico alucinogénico onde a sensatez é enfraquecida pelo aparição de um
ficheiro secreto – com a noite escura nunca sei o que é real ou criação – nem
mesmo sei se ainda existo ou se sou uma mera sombra perdida num espaço de
tempo que já passou – talvez seja um espectro. talvez
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