seis
da manhã. a aurora empurra o escuro
para a terra dos fantasmas. e interrogo-me: pertenço ao dia ou à noite? bem
gostava de saber responder. mas não sei – às vezes é dia e quero que a noite aconteça.
outras. é noite e digo: nunca mais amanhece – só quero o que não tenho. e tudo o
que tenho não é suficiente para fabricar luz quando escurece. ou escuro quando aclara
– por aqui ando a carregar esta gula embriagada de palavras. sorte a minha. um
dia morrerei empanturrado com uma hipérbole – que se lixe. prefiro morrer com
uma figura de estilo. do que ser atacado por uma faca de dois gumes – escreverei
até que os dedos me caiam em caos. ou... o meu amor me chame para os seus
braços
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