por acaso você sabe porque o beijo caiu? claro que não sabe. só olhas para o céu. para árvores que dão gaivotas. para estrelas namoradeiras com cometas de cauda gelada. para a loucura dos olhos que pintam tela virgem. para o sol. para o sol que vem das palavras com cheiro a perfume. talvez um campo de malmequeres. talvez uma braçada de rosas no regaço de um futuro que se adivinha – escrever é fazer perfume – no teu perfume tu sabes escolher a primavera com mais sol. mais quente. aquela que basta um casaquinho de lã pendurado no braço para dar segurança à chegada da noite com aqueles ventinhos húmidos do coração – no andar sobressaltado. pé ante pé. os olhas só sabem olhar o céu. no tremer das mãos seguras os beijos que guardas envoltos em perfume da vida – deixaste cair um – os beijos não voam como balões. este tombou a teus pés – debruçado no chão procuro o beijo que te escapou da memória em perfume – ele está aqui. sinto-lhe o perfume
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