peter rubens
deus:
hoje. voltei a entrar em tua
casa e lembrei-me da parábola do filho perdido – empurrei a porta e caminhei.
benzi-me. ajoelhei e falei-te como se nunca te tivesse abandonado – mas a
verdade é que não estavas lá para me ouvir. não me vieste receber de
braços abertos e não mandaste “matar um cordeiro para fazer um banquete porque
este teu filho estava morto e reviveu. andava perdido e foi encontrado”*– a
tua casa estava cheia de silêncio e os teus santos. sisudos. não
tiraram os olhos do céu – era como se nada vivo existisse entre o teu altar e a
porta que deixa entrar gente magoada – percebi então que não pequei contra o
céu – não se pode pecar contra o que não existe – levantei-me. passei
por s. judas tadeu e meti na caixa das esmolas um papelinho com um
recado para ti: estou em minha casa
* Lucas 15:11-32 - A parábola do
filho pródigo
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