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o padeiro
do meu bairro. homem honrado pelas mãos que há muitos anos dá forma ao
pão. lamentava-se que tinha perdido o cravo vermelho de abril que.
com carinho e gratidão. tinha aconchegado à lapela da camisa branca – estava
triste. não era um cravo qualquer. e a cada interrogação dos seus
clientes para a falta do cravo revolucionário. logo se aprontava a dar
uma explicação que não era explicação. era tristeza – chegou a hora do
almoço. e na mesa que sustenta a minha família. que um dia jurei
proteger. estava o pão que o padeiro amassou para o meu abril – abri o
pão. e do seu interior brotou um cravo vermelho. brotou um grito
de liberdade – fez-se abril em minha casa. afinal eu sou um filho
da revolução – há pão neste meu abril. mas ainda não há o abril que
sonhei para todas as casas – há muito para fazer. há imenso para gritar.
mesmo que hoje seja dia de festa
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