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não
sou do CHEGA – não sou de partido nenhum pois cansei-me de grupos organizados
de políticos não sérios e mentirosos [com pequeníssimas excepções] – mas sou do
tempo em que a UDP. de mário tomé. chegou ao parlamento e.
nesse tempo novo para a recentíssima democracia portuguesa. lembro-me de
me regozijar e celebrar a sua chegada à casa da democracia – mesmo não partilhando
os valores daquela esquerda ou da terrífica extrema esquerda. quem não
se lembra dos comunistas que matavam os velhinhos. acredito que foi o
primeiro grande teste à pluralidade no parlamento depois do 25 de novembro – eu
gosto de vozes discordantes – gosto de quem agita os consensos podres dos
partidos da área do poder – gosto de gente que não tem medo de apontar o dedo.
e talvez por isso. fique satisfeito com a eleição do grupo parlamentar numeroso
do bloco de esquerda. do PAN e mais recentemente do CHEGA. LIVRE
e INICIATIVA LIBERAL. e para que
não fiquem dúvidas. por cauda das más línguas. nunca votei no BE –
nasci em ditadura. mas cresci em liberdade – amo a liberdade. sou e
serei sempre um homem grato aos capitães de abril – foi essa liberdade dos cravos
que me permitiu crescer como cidadão do mundo. um país livre não tem
fronteiras. não tem muros. nem dogmas – um homem livre tem dentro
de si um pensamento livre – por isso é que não posso admitir. ou tolerar.
que um órgão de soberania. eleito em eleições totalmente livres. recupere
tiques estalinistas ou fascistas – o sr. presidente da assembleia da républica.
dr. eduardo ferro rodrigues. não tem o direito de se dirigir a um
deputado eleito democraticamente pelo povo português. e digo novamente.
em eleições livres e democráticas. naquele tom esdrúxulo. pantomineiro
e desrespeitoso – a liberdade individual do deputado andré ventura. mas também
a liberdade coletiva de todos os cidadãos portugueses representados naquela assembleia
por força do seu voto livre. fui violentamente atacada nos valores
conquistados de abril – a casa da liberdade não pode aceitar que deputados
batam palmas a quem se esquece e não respeita o artigo 11 da constituição
portuguesa:
Artigo 11.o - Liberdade de expressão e de informação
1. Qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão. Este
direito compreende a liberdade de opinião e a liberdade de receber e de
transmitir informações ou ideias, sem que possa haver ingerência de quaisquer
poderes públicos e sem consideração de fronteiras.
foi uma vergonha sr. eduardo ferro rodrigues. foram
vergonhosas as palmas dos senhores deputados – estou farto desta gente que vive
da política. daqueles que se servem dela para melhorarem
substancialmente a sua forma de viver. e. principalmente. daqueles
que fazem da política um tacho coletivo onde tudo é permitido aos da sua cor e
nada é consentido aos que estão na oposição – nunca vi o sr. presidente
da assembleia da républica. dr. eduardo ferro rodrigues.
indignar-se contra os abusos de poder do seu colega de partido eng.º josé sócrates.
entre muitos outros que por falta de tempo e espaço me abstenho de enumerar – o
voto é sagrado e a assembleia da républica o local certo para que os seus deputados.
de todos os partidos. honrarem a constituição portuguesa. lei
suprema do país. aceitando-a defender. respeitar e fazê-la cumprir.
mesmo quando essa violação parte da segunda figura do estado português. com
assento no conselho de estado. e que tresloucadamente. no
decorrer do debate parlamentar. se permitiu a tão papel ridículo.
só com paralelo quando se insurgiu contra o antigo presidente do sporting.
dr. bruno de carvalho – o segundo cargo na républica requer elevação e
recato – senhores deputados e deputadas do partido socialista. as vossas
palmas foram uma vergonha. foram vergonhosas. confesso-vos que
também senti vergonha por vós – os senhores deputados. têm o dever e
obrigação de garantir e proteger a liberdade de expressão dentro e fora da
assembleia da républica. a PIDE e a censura extinguiram-se na madrugada
do 25 de abril. a liberdade nunca poderá ser partidária – é
completamente indesculpável e intolerável que o sr. presidente eduardo ferro
rodrigues se dirija ao deputado andré ventura com aqueles termos inapropriados
e desrespeitosos de “então diga lá o que tem a dizer” – a palavra “vergonha” ou
“é vergonhoso” não só não é ofensiva. ou mesmo vergonhosa. como
na maior parte das vezes fica aquém na forma e no conteúdo do que os sucessivos
governos do PS e PSD merecem ouvir – a governação destes partidos tem sido.
ao longo da nossa democracia. uma vergonha ou vergonhosa – o sr.
presidente da assembleia da républica recuperou os tiques de poder de antigos
dirigentes do partido socialista. quem não se lembra dos tiques soaristas
ou mais recentemente dos tiques socráticos – o sr. deputado eduardo ferro
rodrigues representa a velha guarda de um partido que sempre teve dificuldade
em aceitar todos aqueles que corajosamente foram capazes de denunciar os
compadrios / corrupção existentes dentro do PS – basta recuar ao governo do eng.
josé sócrates e lembrar todas as tentativas para manipular e silenciar a comunicação
social – não me lembro de ver o dr. ferro rodrigues ou o PS indignados
com as palavras com que o seu colega de partido atacava a dra. moura guedes
ou o correio da manhã – mas nem precisámos de recuar tanto na história do partido
que sentou o sr. deputado ferro rodrigues na cadeira da presidência da assembleia
da républica. bastava que este ilustríssimo político se insurgisse
contra o seu último presidente parlamentar. sua excelência dr. carlos césar
conseguiu empregar toda a sua família em instituições do estado. e
pasmem-se. até esteve quase a colocar um seu familiar numa comissão de
socialistas para dinamizar os cemitérios de lisboa. ele e mais uns
quantos seus correligionários – é obra dr. césar. isto sim é uma
vergonha que nunca ouvi o militante socialista ferro rodrigues insurgir-se.
indignar-se com mais esta vergonhosa matilha de delapidadores do erário público
– diz-se por aí. pelos corredores da assembleia da républica também. que
a figura de sua excelência dr. eduardo ferro rodrigues substitui aqueles
famosos três sábios macaquinhos japoneses que tapa os olhos. a boca e os
ouvidos sempre que se trata de recriminar o seu partido empregador – mas desta
gente dos partidos já pouco ou nada espero. da direita à esquerda – o
que me incomoda é o quase silêncio dos srs. jornalistas. dos
opinadores da política. dos comentaristas. dos analistas e dos
colunistas. sim. esta ilustríssima gente também vive da política.
também são conhecidos por causa da política. também aparecem nas
televisões pela mão da política e também são estimados pelos políticos sempre
que necessitam deles para difundirem as suas doutrinas – assim sendo.
deveriam ser estes senhores os primeiros a barricarem-se contra a tentativa de
manipulação da liberdade de expressão. deveriam ser os primeiros a
cerrar fileiras contra qualquer tentativa de desvirtuar ou condicionar um deputado
na sua oratória política. mesmo que esse deputado seja da extrema
direita ou extrema esquerda. mas eleito em democracia – afinal também
vivem da palavra livre ou será que a vossa liberdade é igual à do sr. presidente
da assembleia da républica… tem cor
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