"A minha Alma, fugiu pela Torre Eiffel acima,
- A verdade é esta, não nos criemos mais ilusões
- Fugiu, mas foi apanhada pela antena da TSF
Que a transmitiu pelo infinito em ondas hertzianas…
(Em todo o caso que belo fim para a minha Alma)!..."
ao s.
tenho para ti um barco. atracado num poste de electricidade. estacionado no passeio da rua mais antiga que esta cidade conhece. está cheio de pedras e conchas e sal e ondas e mar. e ainda tem, com vida, uma estrela, que dança no fundo como uma odalisca. a estrela conta tantas histórias que os que passam por ali se demoram, ouvido encostado ao casco. um dia ouvi-a falar de um lugar onde as árvores cresciam para o chão e a água dos rios corria para o céu. onde as pessoas andavam de bruços no sentido contrário aos ponteiros do relógio. era um lugar com vista para os teus braços, sei-o hoje. este barco, que tenho para ti, tem o casco quase podre. quando morrer haverá um mar na rua mais antiga que a cidade conhece. nunca mais será a mesma. até lá procuro o lugar onde atracar o coração.
texto de uma AMIGA, margarete, mar como ela gosta de ser
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