van gogh
uma porta
aberta e o outono a soprar vento – não estou aqui. nem eu. nem aquele outro que
mora dentro das pálpebras fechadas – tudo pode acabar a qualquer momento –
tenho as palavras caídas num chão que não voltarei a pisar. é um tapete de
trapos – trapos!? onde é que eu fui buscar esta ideia? não fui eu. foi o outro.
idiota como sempre – estou de pernas para o ar e ninguém vê – e as sombras
continuam a dançar nas paredes da caverna