.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

31/12/2023

ora aí está 2024!

 







chegou o momento de me despedir de 2023 – fazendo o somatório deste ciclo de 365 dias. experimento que foi um bom ano. tive saúde. pessoal e profissional. e principalmente. tive família e amigos por perto – que mais um homem pode desejar? quanto ao vil metal… não recusaria um pouco de mais bondade. sei que sou um privilegiado neste mundo antagónico: guerra e paz. fome e abastança. habitação e desabrigados. saúde e doença. solidão e família. mas creio que não pecarei ao desejar mais uns trocos. seria como a última pincelada numa obra de arte. assinatura de autor para alindar um pouco mais a minha ambição – em boa verdade. não me posso enfadar com nada. este ano. já moribundo. foi uma boa casta. tive sol na eira e chuva no naval. e em nenhum momento foram diametralmente opostos – ficar-lhe-ei grato pelo que me deu. pelo que me ensinou. pelo que me fez crescer e fortalecer – que o novo ano traga consigo o melhor de 2023. e o que me sobrou em preocupações que fique esquecido para sempre – precisamos honrar o que já vivemos e receber o ano novo com alegria e esperança – faço votos para que 2024 adote a minha família e amigos com muitos sorrisos. paz. saúde e esperança – mas não podia celebrar a virada do ano sem lhe implorar um cuidado especial para um amigo também especial: para o meu prezado H. muita saúde. muita saúde. muita saúde e muita resiliência. cá estaremos a torcer por ti e por quem te acompanha todos os dias – bom ano 2024



24/12/2023

feliz natal para todos!






 


o natal sempre me envolve em sentimentos doces. suaves e nostálgicos. há nele algo adormecido em mim – contra este cocktail de sensações nada posso fazer. e mesmo que pudesse. também não o faria. gosto desta overdose de bem-estar. deste encanto hipnótico que o natal transposta em mim desde criança – é a minha festa. a festa da minha família. e na noite da consoada compartilhamos não apenas o bacalhau. mas também amor. compaixão. e generosidade – celebramos a existência de uma linhagem. o calor dos amigos. e todos aqueles que. por um motivo. ou outro. cruzaram nossas vidas – mais do que tudo. celebramos principalmente o modo como gostamos uns dos outros. como lhes dizemos o quão são importantes nesta nossa passagem terrena – é entre gorros vermelhos e bolas coloridas que compreendemos. mais facilmente. que pertencemos uns aos outros. independentemente dos laços sanguíneos que nos unem e nos trouxeram até aqui – neste dia de união familiar. recuperamos um dos maiores milagres de jesus. a ressurreição – reencontramos o meu pai. a minha mãe. a zeza. o meu sogro. o tio joão. todos retomam seus lugares à mesa. vieram consoar connosco. confortar a saudade que nos deixaram – o natal sem eles não seria o natal das boas tradições; eles são parte de nós. e nós somos parte uns dos outros – e agora. que soem as doze badaladas. e que o espírito generoso do pai natal toque os meus netos. toque em todas as crianças deste nosso mundo maravilhoso – o verdadeiro natal é aquele onde reside a inocência – feliz natal para todos!



22/12/2023

parabéns

 




um dia. como todos aqueles que corajosamente se aprontam a nascer. vou desaparecer deste mundo. espero que por velhice. por arrasto da bengala. incontinência urinária. ou de coração melado de tanto amar a minha companheira – neste dia especial. em que nasceste para mim. quero-te a meu lado… hoje. e até que o último suspiro me surpreenda – ver-te envelhecer é ver-te todos os dias mais bonita – e assim. em atrição. e sem coragem para contestar a veracidade que um dia tombará no meu epitáfio. peço a deus. ao universo. ou à sorte. que me conceda uma última vontade: quando chegar a minha hora. que o meu silêncio aconteça nos seus olhos. e eu. finalmente. possa descansar na sua eternidade – parabéns maria joão


19/12/2023

abençoados




 


olho-te

em câmara lenta

e o amor à velocidade da tua luz

e aqui

quase no fim do mundo

entre o oito e o oitenta

entre o rio e a distância

entre o coração e a multidão

o belo

 

mas amor

permite-me este instante

teu… e meu

deixa-me proclamar

ao universo

que hoje é um bom dia

para morrer dentro de ti

 

que seja então agora

entre o teu sorriso e o meu destino

entre os teus olhos e os meus lábios

entre a tua luz e os meus anéis

que os teus braços me entrelacem

e me levem para o cimo das nuvens

ou de um arranha-céus

e quando o coração parar

que na saudade medrem asas

 

pairar sobre ti

é outra forma de te ter

 

 

foi em québec que tive o impulso de escrever este poema – o castelo frontenac pendurado nas margens do rio saint laurent. a luz. as sombras. a história. a amizade dos nossos amigos. nawel e michel. mas principalmente. sentir os olhos da maria joão acesos de paz. como já há muito tempo não sentia – foi uma viagem de sonho que guardamos e agradecemos para sempre – em québec também fomos abençoados