há momentos em que um homem precisa saber parar – às
vezes. parar de ver pessoas. de fazer corridas. de procurar lutas contra os
moinhos do dom quixote. de escrever o que não serve para nada. de fazer
projetos baseados em boa fé. de tentar ver os filhos chegarem à minha idade e.
por último. parar para agarrar a honra que sobra – esta vida. feita de corridas.
é um rosário que nos vai passando pela mão. até que. um dia. não temos mais a
quem orar – envelhecemos por dentro. e a escuridão torna-se o único silêncio
que já não provoca dor – a mão para – amanhece. e em breve. tudo volta ao que
era ontem – é preciso sobreviver
.................................................................................não tirem o vento às gaivotas
28/10/2014
o momento de parar
fábio magalhães
16/10/2014
à espera do tempo
robin eley
sou feito de tempo
espero
espero como relógio
às vezes
espero um abraço
ou um beijo
outras vezes
faço da espera
um poema
que desespera
pela espera
num cigarro que não fumo
espero
espero atento
ao balão de brandy
aquecido ao calor da espera
espero pelos pés
cada vez mais parados
pela veia que corre
para um mar
que espera
como adão aguardou
pelo pecado
de eva
bendita maçã
esperou a fecundidade da terra
e eu
e na luxúria
de uma palavra enrolada
num anseio
infernal
espero
que os beijos
caiam
a tempo de matar
a espera
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