omar ortiz
só tu
para me fazeres escrever sem rede – gosto de escrever para ti. gosto de
escrever para a mulher que escreve num papel que nunca alcancei. gosto de
escrever para a mulher que me inventa o som de passos que nunca vi percorrer o
chão – gosto de escrever para a mulher que lança o cabelo sempre para o mesmo
lado. o lado imortal da fotografia – gosto de escrever para a mulher que me
escreve a alma – gosto de escrever para a mulher que me empurra para as
palavras e me faz acreditar que escrever é mais do que ver ou sentir. é permanecer