.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

21/01/2015

sem rede



omar ortiz
 

tu para me fazeres escrever sem rede – gosto de escrever para ti. gosto de escrever para a mulher que escreve num papel que nunca alcancei. gosto de escrever para a mulher que me inventa o som de passos que nunca vi percorrer o chão – gosto de escrever para a mulher que lança o cabelo sempre para o mesmo lado. o lado imortal da fotografia – gosto de escrever para a mulher que me escreve a alma – gosto de escrever para a mulher que me empurra para as palavras e me faz acreditar que escrever é mais do que ver ou sentir. é permanecer



07/01/2015

microretrato


alyssa monks
 

captei  
o instantâneo do olhar
enorme
como os olhos


desfolhei
a verdade desejada
na mentira
sentida


abstruso
guardei:
microretrato


na dor do saber
a certeza que restou