o nosso max partiu – talvez tenha partido para o céu dos seus.
talvez para outra vida. talvez para um outro universo. outra reencarnação.
talvez para fazer feliz outra família num outro planeta – em boa verdade nada
sei do pós-morte dos caninos ou humanos – o que sei. é que o max partiu sem
mais cuidados – obedece agora à lei do universo. a outra dimensão. mas também
sei que onde quer que esteja. levou-nos consigo. nós todos. amamos o max. fez
parte da nossa família – se me perguntarem a origem do max eu não sei dizer. o
meu filho encontrou-o a deambular pela cidade. ou talvez tenha sido o
contrário. o max encontrou o meu filho a deambular pela cidade – encontraram-se
os dois. e como todas as histórias de encantar. foram amigos para sempre – mas
de uma coisa estou certo. o max tinha uma alma verdadeiramente nobre. coisa de
realeza. talvez britânica. ou coisa superior. todo ele era feito de etiqueta –
era o nosso rei sol. especial por caber dentro de nós inteiro – de porte médio.
cor de ouro. e nos olhos. carregava duas lanternas acesas de paz. sempre que o
olhávamos aumentávamos o hormónio do amor. a oxitocina. e a conexão emocional
ampliava-se. despertava em nós um sentimento de proteção e serenidade – a seu
lado todas as guerras no mundo faziam uma pausa – o max era o gandhi do mundo
animal. não corria. movia-se com elegância. um gentleman. como se o mundo
girasse em camara lenta. e ele. naquele vagar. sabia que chegava sempre a tempo
de nos honrar – não ladrava. o que era perfeitamente compressível. para quê
ladrar se tudo à sua volta é paz e harmonia – pela noitinha. enquanto eu me
escondia no sofá e na TV. o max ali estava. a meu lado. a fingir que dormia.
aguardando ansiosamente pela hora do seu biscoito. não usava relógio de bolso.
mas sabia que a noite trazia sempre a sua merecida guloseima – recebia-a com
gratidão. degustava-a com elegância. e adormecia enroscado em si mesmo.
amaldiçoando todos os fantasmas caninos – viveu doze anos connosco. envelheceu
connosco. adoeceu connosco. e partiu nos braços do meu filho e da maria joão.
em paz por saber que deixou em nós uma saudade imensa – não há forma de evitar
sentir a sua ausência – o max trouxe-nos paz. tranquilidade. harmonia.
silêncio. o max fez-nos bem. tratou de nós. adocicou-nos – a nossa família ficou
mais unida com a sua chegada – o max foi um dos melhores acontecimentos da
nossa linhagem. continua a ser. pois continua a deambular em nós – estamos com
saudades… do nosso max
.................................................................................não tirem o vento às gaivotas
11/07/2023
o nosso rei sol: memória viva do max
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário