eliana bonini
nunca sei
de onde me chega esta coragem de vos dizer como sou – louquice – retalho-me pelo
que sinto – se soubesse não era louco. não me retalhava. não me temia – louco
pode ser um qualquer. ou não – por uma coisa pessoal. ou não – com coisa do
demónio. ou não – ou simplesmente um raio de uma porta emperrada. ou não – ou então. talvez o mais certo. é esta loucura acontecer numa luta contra o destino
– uma questão de
sobrevivência. coisa da alma – mas o cérebro sabe que a morte é inevitável – é
necessário ser louco quanto antes – a morte só é silêncio para quem parte –
quando partimos levamos tudo – este tudo para mim que gosto de me dar são as
palavras que ficam por dizer – a morte só não cala a escrita
Sem comentários:
Enviar um comentário