bem que deixo o corpo entregar-se à corrente
de água do que penso – depois. ao chegar ao fim do percurso. olho para trás. e percebo
que tudo o que escrevi foi moldado apenas pela força da água. arrastou ao acaso
as palavras. e eu. iludido. imaginava que eram as mais certeiras – desilusão –
e é aqui que começa o desespero – volto atrás. corto palavras. risco. modifico.
altero. revisito memórias e deixo tudo partir na mesma linha de água – reescrever
é sofrimento. desespero. agonia. frustração. e a água. cada vez mais
transparente. revela o caminho tal como é – levanto as mãos aos santos em quem
não acredito e pergunto: se gosto de escrever porque não me destes vós a arte e
o engenho. de traduzir o que sou em harmonia com o meu corpo – revolta – não
sou como aquela mãe extremosa que é atraiçoada pelo amor. ao contemplar o seu
filho frágil. sorri com o único sorriso verdadeiro do mundo. e os seus olhos.
sem mentir. dizem que é o mais belo – tudo o que faço está aquém do belo que
imagino – mas a luta continua. sempre – obrigado e um grande beijo
para:
mulher de 1 texto só
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