1. a urgência de
nos bastarmos
às vezes dedicamo-nos em demasia aos amigos. deixem-me dizer
isto em voz alta. bem sei que um amigo verdadeiro deve ter sempre o nosso tempo
por inteiro. mas o problema. está na forma como os categorizamos. e alguns não
merecem estar à nossa frente. não merecem que paremos de viver para sofrer-lhes
a vida. nem merecem que lhes demos aquilo que tantas vezes nos falta a nós
mesmos – a amizade. hoje. parece estar sempre em liquidação. todos gostam de
estar bem com todos. e cada um cria os seus círculos de amizades: são amigos de
cem personagens por causa de um clube. mais mil pelos matrecos. e porque hoje
só existe quem se faz rodear. tem-se então mais dez mil. que são os que gostam
das noites. e mais cem mil. os que querem ser palhaços. que servem para os dias
mais tristes. para logo de seguida surgirem aqueles que apenas servem para os
dias sem um grupo definido. impossíveis de contar – a minha interrogação é se
devo continuar integrado nestes grupos. ou a permitir que continuem a
considerar-me amigo. se não devo dizer basta. ser frontal e afirmar: eu sou
esses todos e ainda mais uns quantos que. por olharem apenas para fora. ainda
não se deram conta de que estou em todos os grupos. não poderei estar apenas
num. sou feito de todos – sem essa mistura. os dias pesam. e os amigos.
tornam-se cópias – um dia acordo. e digo. preciso de um tempo que seja só meu.
inteiro. talvez o dia todo. sem barulho. apenas eu. num silêncio que. para além
dos medos e interrogações. me traga tolerância e compreensão pelo que me é diferente
– com tanto barulho por dentro e por fora. ninguém se encontra. nos dias mais
complicados temos mesmo que ajudar a nascer o que pensamos. como um parto. e
por vezes só com ferros conseguimos trazer à luz o que nos vai mais fundo. que
é o mesmo que dizer o que sentimos. o que nos magoa – o que é gerado por nós.
no que há de mais íntimo. tem que ser ouvido. respeitado. primeiro por nós.
porque se não formos nós os primeiros. então ninguém mais ouvirá. depois por
aqueles que consideramos nossos amigos. ou nos são chegados. um tipo assim de
quase-amigos. estão na lista de aferição. em testes de afinidade e
compatibilidade: avaliar a ética. a bondade. a tolerância. a capacidade de dar.
quando casal a forma como se tratam. como se respeitam e protegem. como educam
os seus filhos. o exemplo que transmitem. e depois. somar tudo. e colocar em
letras gordas: aprovado – muitas vezes queremos mesmo ser amigo de determinada
pessoa. esforçámo-nos. admitimos a evolução da relação. acreditamos que seremos
exemplo. à nossa medida. que nos ouvirão. respeitarão. e não raras vezes
tentamos nós adaptar-nos ao seu modo de ser. alongar a nossa tolerância. mas
depois de todas as manobras para nos moldarmos. não adianta. é aquilo para
eles. é a sua essência. está ali. são as suas fundações e. tal como diz clarice
lispector: "não sei que viga me sustenta – se eu mudar de posição.
desmorono." para nós. a sua sustentabilidade é o que é. e mais nada
poderemos fazer a não ser partir. aceitá-los no seu mundo. seguir o nosso. sem
culpa. sem rancor. e sorrir – este fim-de-semana ouvi uma expressão de um amigo
que me deixou a rir durante muito tempo: podem beber whisky. mas arrotarão
sempre a bagaço – é uma grande verdade. por isso. seguimos em trânsito.
finalmente. chegou a hora de nos bastarmos
2. às vezes. é só
isso: presença
juntamos todos os amigos no mesmo saco – e depois.
ingenuamente. esperamos que todos nasçam iguais. no mesmo dia. com o mesmo
rosto – claro que não pode correr bem. hoje as amizades constroem-se com base
num naipe enorme de interesses – uns querem-nos engraçados. porreiros. são os
palhaços. que estejamos sempre prontos para as borgas. para as aventuras. vivem
como se estivessem num filme de ação. sempre a mil. sempre com sede de mais –
outros. analisam-nos pelo que temos para oferecer. são os interesseiros. a
forma como podemos gerar sinergias positivas. principalmente se trouxer
economia financeira. isso é fantástico. particularmente se também criar
amizades tipo pontes: se conhecer aquele gajo é porreiro porque ele conhece o
gajo que me interessa – depois temos os anónimos. querem-nos apenas em
determinados contextos. quanto mais discreta for a nossa ligação. melhor para
eles. acreditam que já estamos um pouco “démodé”. e não encaixamos com a linha
moderna dos móveis de sua casa. ou dos seus amigos – portanto passas a ser
importante consoante o local. de quem está presente. do estatuto financeiro. e
da idade. não da que aparentas. mas a que tens no cartão único – depois temos o
confidente. só nos procuram para desabafar. duas horas de telefone e estamos livres
para meses. o que nem sempre é mau. o problema é que quando voltam já não
gastam duas horas. às vezes. são dois dias – mas os amigos são mesmo para
quando são precisos – também temos o conselheiro. procuram-nos para perguntar
como estará o tempo na próxima semana. e mesmo sabendo que não tenho uma
estação meteorológica. respondo-lhes que o mais certo é estar sol. mas pelo
sim. e pelo não. o melhor é levarem guarda-chuva – por fim acabam a perguntar:
se for ao casino. aposto no vermelho ou no preto? a minha resposta é sempre a
mesma. se fores obrigado a ir a jogo aposta nas duas cores. se não. volta para
casa – e termino dizendo-lhe: às vezes tento adivinhar o meu próprio futuro.
mas falho sempre – e em grande quantidade temos o digital. não o conhecemos pessoalmente.
mas está sempre presente. enchem-nos de likes e corações. sempre aos montes.
sem pedir nada em troca. esporadicamente pede-nos unicamente que demonstremos
que não somos um computador. e é quando lhe enviamos um like via expresso. e o
assunto fica arrumado por uns tempos – no entanto. se os enumerasses. estes
estariam no pódio. os mentalistas. são aqueles que. quando lhes digo que não
gosto de hienas. concordam. sempre com o seu ar sério. não perdem uma palavra.
ouvem tudo sem pestanejar. como se fossem os gurus do universo. mas. por trás.
dizem com a certeza que nos conhecem melhor que nós: ai não gosto. gosta. e
gosta muito. se pudesse. até as levava a passear na rua. pensa que nos leva na
pandeireta. conhecemos bem a sua laia – acreditem. não há nada que possamos
fazer. estão tão traumatizados pelas pessoas que lhe surgiram na vida. para
eles. apenas a sua própria voz merece crédito – mas o que gosto mais é da
amizade dos inteligentes. são aqueles que se acham crânios. dito melhor.
génios. são os melhores em tudo. no seu emprego o patrão não subsistia se eles
não existissem. se são patrões o mundo sem eles era miséria. acham-se o centro
do universo. dominam a política nacional e internacional. embora vivam alheios
às páginas que contam o mundo e aos ecrãs que lhe dão voz. são catedráticos das
redes sociais. doutorados em quase tudo. só não sabem cozinhar ou coser meias –
com estes sabichões não há nada mais a fazer. a solução é ficar em silêncio e
abanar a cabeça. fingirmo-nos de burros. ou mortos. e esperar que se cansem – a
questão é que envelhecemos. e na maior parte das vezes já não desejamos este
tipo de diferenciação. precisamos das pessoas pelo seu todo. simplesmente as
melhores. aquelas que sendo inteligentes. se resguardam na simplicidade. sendo
ricas cultivam discrição. aquelas que mesmo podendo afastar-se. permanecem por
perto. com afetos. com atenção. com cuidado pelos outros. aquelas que
perguntam. e ficam para ouvir. não queremos pontes. nem grandes. nem pequenas.
só queremos as pessoas como são. sem máscaras. sem adereços. só pedimos
respeito. tempo para escutarem. porque o que nos falta nos outros. é só o bem
que nos possam oferecer – não pretendemos saber se são ricas ou pobres. se são
altas ou baixas. se são bonitas ou feias. pretendemos simplesmente que se
expressem com sinceridade. e principalmente. que não desperdicem as suas
palavras com pessoas que não lhes interessam – não precisamos de elogios. eu.
por exemplo. nunca sei onde os pôr quando mos dão. e acabam quase sempre por pesar
mais do que deviam. de tudo o que me possam dizer. o que mais me toca é
isto: és boa pessoa – ser boa pessoa é
das poucas coisas leves que ainda vale muito. e mesmo que um dia nos caia o
estado de graça. podemos sempre voltar a tê-lo. ser humano é também erro. não
preciso que me digam que sou mágico com uma chave inglesa. ou que falo truques
com o pensamento. ou sei lá que mais. coisas. inúmeras. a amizade. às vezes. é
só isso: presença. estar ali. nada mais. ali – todos gostamos de ser
valorizados. mas para fazer efeito. tem de ser na medida certa. senão é como
nos darem umas calças uns números acima. caem-nos pernas abaixo – recuso ser
avaliado por rótulos de importância. porque isso raramente exige verdadeiro
sacrifício ao amigo. não me avaliem nem pela casa. nem pelo carro. bem sei que
agora tenho um carro novo. mas é unicamente porque o último partiu o motor. se
assim não fosse ainda continuava com o meu ferro-velho. e este. também irá
envelhecer. e depois. como estarei eu? novamente esfarrapado? para alguns sei
que sim. o sucesso é a ostentação – confesso-vos com humildade. eu tenho pouca
coisa que se recomende nesse mundo de aparências. a única obra que considero um
feito. a minha maior obra-prima. é a minha família. e ainda não está terminada.
creio até que nunca estará. é ali que mora a amizade verdadeira. quando a
construímos no seu seio com solidez. torna-se muito mais fácil levá-la aos
outros
2. quando os amigos
calam
os amigos de hoje parecem a suiça. sempre neutros. nunca dão
opiniões. nunca se posicionam. nunca questionam. o que eles querem mesmo é
darem-se com todos. como se isso fosse possível. como se os valores essenciais
da existência pudessem ser neutros. e depois vem aquela velha história: fez-lhe
a ele. mas eu sou diferente. a mim não me faria – pois bem. eu já estou naquela
fase das avaliações objetivas. e também já percebi que. “vemos nas costas dos
outros as pancadas que devíamos ver nas nossas” – em tempos tive um amigo que
me fez uma sacanice. foi de tal maneira grave que quase me atirou para a
miséria. podia ter acabado completamente com a minha vida. a vida dos meus
filhos teria mudado drasticamente. teriam saído das escolas privadas.
possivelmente passariam por graves problemas financeiros. a minha casa teria
implodido. eu com ela – resistimos porque as suas fundações tinham sido
erguidas com lealdade e amor – mas o ser humano é surpresa. e quase sempre.
infelizmente. para pior. e este… nem sei muito bem o que lhe chamar. este homem
doente. se me tivesse feito a sacanice porque precisava de sustentar a sua
família. ou o seu negócio estivesse a correr mal e precisasse de o salvar. ou
qualquer outra coisa mais mortal. salvar a vida de alguém. ainda poderia tentar
compreender. mas não. não foi nada disso. um tipo rico. que cresceu comigo.
vizinho de infância. frequentava a sua casa sempre que havia celebrações.
casamentos. batizados. aniversários. com um lugar de topo numa empresa
camarária. a ganhar imensamente bem. casa na praia. barco. carros de alta gama.
viagens sem fim. férias várias vezes ao ano. não lhe faltava nada. exceto algo
que. para ele. era imensamente valioso: ter mais dinheiro que os seus amigos –
mesmo tendo tudo. ainda não era suficiente rico para os acompanhar – aqui volto
ao texto que escrevi recentemente. em que falei de invejosos com esta
definição: “um invejoso vive em permanente desassossego. um ressentimento
constante. e ao fim do dia descansa no inferno ao lado de satanás – se o amigo
ou vizinho faz aviõezinhos de papel. é porque quer ser astronauta; se joga o
euromilhões. é porque quer comprar o iate do abramovich e estacioná-lo na
rotunda mais próxima; se assopra preservativos. é porque quer ser balonista; se
abre os braços. é porque quer ser gaivota – um invejoso é uma alma extraviada.
doente. vê nos outros o que realmente medra dentro de si – na vida de um
invejoso só há ambição desmedida. doentia e perigosa – a cobiça medíocre de um
invejoso nasce da sua vaidade”. in a inveja é um visa vencido”. então. para
ele. a solução seria acabar com a minha atividade. obrigar-me a fechar portas.
para que um dos seus parceiros de negócios pudesse comprá-lo por tuta e meia. e
como era diretor de uma empresa com fundos públicos. adjudicar-lhe o trabalho e
ter direito a milhões de subornos e comissões – não é fácil perder dez anos de
uma vida que já não é nova. mas foi o que me aconteceu. zanguei-me. perdi-me na
raiva e denunciei tudo ao ministério público. toda a trafulhice. e aqui
continuo sentado. à espera que se faça justiça. mesmo acreditando que é aqui na
nossa passagem terrena que tudo se paga – precisava mais do que justiça divina.
precisava da justiça dos tribunais. mas o meu país é assim: quem rouba uma
carteira vai logo preso. mas quem rouba o estado… espera sentado – o ódio
cresceu e viveu dentro de mim durante muitos anos. partilhar este caso não me
liberta a alma. custou-me imenso arrancá-lo de dentro de mim. adormeci muitas
vezes com raiva. magoei-me até à exaustão. persegui-me quase até à morte. senti
vontade de o agredir. de o crucificar em praça pública – confesso. nunca foi
julgamento fácil. eu conhecia os filhos. a esposa. praticamente toda a sua
família. mas uma coisa sei. os filhos não têm culpa de ter um pai assim. nenhum
filho merece um pai sem escrúpulos. um bandido – com o tempo a passar fui
percebendo que carregá-lo era demasiado pesado. eu não merecia. a minha família
ainda menos. e por isso. aos poucos. fui desfazendo na máquina de cortar papel
as resmas de raiva que lhe guardava. ainda não o tracei todo. mas já falta
pouco. mais umas folhas. e tudo terminará – preciso da secretária limpa – a
minha família. principalmente os netos. não podem crescer com o seu avô enleado
em ódios. não é isso que nos une como família. é preciso libertar a mente para
o amanhã. o corpo para o sol. todos os dias há um novo amanhecer. e um dia
diferente à nossa espera. é obrigatório seguir em frente. e que o exemplo do
perdão perdure. para os que de mim cresceram – mas o motivo por que vos entreguei
este “amigo”. por que o escrevi para vós. é que hoje. o que mais me preocupa.
não é o que ele fez. é o que os amigos em comum deixaram por fazer – e o que
fizeram?
3. quando a
neutralidade nos trai
começo como terminei o último capítulo. o que mais me
preocupa não é o que ele fez. é o que os amigos em comum deixaram por fazer – e
o que fizeram? coisa nenhuma – ficaram calados. imóveis. nem uma pergunta. nem
um gesto. e ele pôde continuar a andar por aí. como se nada tivesse acontecido.
e obviamente com caminho livre para continuar a fazer o mesmo a outros – não
houve censura. preocuparem-se comigo? nem pensar. como se a minha ruína não
contasse para nada. nem foi importante saber o que teria acontecido se me
tivesse destruído. já não digo a mim. mas à minha família. não me disseram
coisa nenhuma. nem se preocuparam em saber se estava bem? nem como te estás a
aguentar? fizemos do silêncio a nossa trincheira. foi com a família que
segurámos tudo – à volta. uma cerca. para resistir. e resistimos heroicamente –
o que cada vez me convenço mais. é que a maior parte dos meus amigos. não
teriam o mesmo comportamento se um desgraçado roubasse um saco de cimento. os
que são patrões não hesitariam em pô-lo na rua. e os que não são. aplicavam-lhe
a xaria. apedrejavam-no em público – por isso. hoje. analiso ao detalhe cada
novo amigo. e como escrevi há pouco tempo. não quero perder amigos. mas também
já não me esforço por os ter. se tiverem de sair da minha vida. eu próprio lhes
abro a porta. sem remorsos – não voltarei a ser amigo de alguém que me
catalogue. isto é. sou amigo para ir à bola. mas já não sirvo para o cinema. é
um bom amigo para jantar com a maria. mas com o manuel já não dá – que se danem
esses pseudos amigos. todos. o meu castelo continua firme. e eu continuo a
resistir. a estar todos os dias melhor. e continuando a citar a marisa. “sei
que o melhor de mim está pra chegar” – os amigos que se tornarem neutros a
partir de hoje. só o serão um dia. não terei mais paciência. nem espaço para
desculpa. se alguém me prejudicar. for incorreto. não levar em conta quem sou e
o modo como vivo. educado. tolerante. a tentar juntar-me. pedaço a pedaço. de
forma mais inteira – estou a aproveitar cada dia para me reconciliar com a
verdade que carrego. não tenho que ser igual a ninguém. mas também não
permitirei mais que me magoem ou desvalorizem – aos amigos de hoje direi. quem
quiser ficar. tem de escolher. não há mais dois lados para mim. não se
conseguirão esconder no silêncio. nem na mentira. terão que escolher um lado.
mesmo que seja o lado das coisas fáceis. instantâneas. ou o lado do bem que
exige esforço. preocupação. camaradagem –
os meus amigos de hoje têm que escolher. ou me querem por inteiro. ou
por partes já não estou disponível. não lhes posso dar o melhor de mim à sexta.
e depois ao sábado já não dá. porque para mim. domingo vem sempre depois de
sábado. não separo os dias como separo pessoas. se não sirvo para umas coisas.
então não sirvo para nada. se não me defendem. então. não me servem. nem como
presença. nem como ausência – se não me ouvem. então para que falar com eles.
se só se lembram de mim para dizerem que não estão esquecidos. então
esqueçam-me de vez. não me falem. ignorem-me. aceito a vossa decisão. e até
darei valor à vossa coragem – porque é a coragem que nos guia para o certo. e a
neutralidade apenas prolonga o erro no tempo
4. o que ainda
guardo em mim
eu sei que o tempo passou por mim. e a paciência ficou mais
curta. não quero à minha volta quem só sabe medir a amizade com régua de
interesse. sei que não posso ser amigo de toda a gente. chegou a altura das
escolhas. cada um sabe o lugar que ocupa. não tenho casa na riviera francesa.
castelo? nem no portugal dos pequeninos. não tenho nenhum navio porque onde
vivo não há mar. muito menos foguetão. e se tivesse. iria para onde? o que levo
comigo está cá dentro. e chega. chega bem. e cada vez tenho menos espaço para
acolher as novas vivências que me vão surgindo. e também confesso que. às
vezes. para guardar o novo. tenho de deixar ir memórias que me eram queridas –
por isso peço: se sentirem que estão em mim sem merecer vão. libertem-me.
libertem-se. só quero viver leve. sem sobras do que ficou para trás – há quem
diga. como nietzsche. que a amizade é uma força que nos desafia. e é disso que
preciso – e é exatamente o que espero dos amigos. que me ajudem a sarar o
passado. e que estejam no meu futuro. limpo. sem peso. com verdade
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