– não minha amiga –
afastei-me apenas da claridade desnecessária. aquela
que. em vez de aclarar. acaba por cegar com luz sobre o vazio – o teu amigo
continua dentro das palavras. mesmo naquelas que. por momentos. te possam
confundir com uma outra qualquer personagem. que um dia partiu sem te dizer
adeus - acredita que estou sempre aqui.
sempre. e. quando não estou a escrever. estou deitado a descansar nas linhas em
branco que deixo sempre entre o fim de uma história e o começo de outra – leio-te
sempre. e em cada palavra tua. encontro algo novo para aprender. principalmente
com as viagens ao interior dos teus olhos. que são o teu mundo – e eu sempre
aqui. sentado a ver-te pintar o mundo com palavras. com orações subordinadas ao
teu universo. que é tantas vezes meu também - eu sou eu. sou pouco mais do que
nada. serei sempre este grão de poeira no tempo – há dias que apenas sou o que
consigo ler. são as tuas palavras que me aliviam a dor de não saber escrever –
nesses dias de caos. ainda sou mais teu amigo. estou mais aí. mais perto do que
és. do que somos com palavras – afinal. somos palavras que se escrevem umas nas
outras. construindo quem somos a cada linha partilhada
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