.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

28/03/2011

somos palavras. somos memória







– não minha amiga –

afastei-me apenas da claridade desnecessária. aquela que. em vez de aclarar. acaba por cegar com luz sobre o vazio – o teu amigo continua dentro das palavras. mesmo naquelas que. por momentos. te possam confundir com uma outra qualquer personagem. que um dia partiu sem te dizer adeus  - acredita que estou sempre aqui. sempre. e. quando não estou a escrever. estou deitado a descansar nas linhas em branco que deixo sempre entre o fim de uma história e o começo de outra – leio-te sempre. e em cada palavra tua. encontro algo novo para aprender. principalmente com as viagens ao interior dos teus olhos. que são o teu mundo – e eu sempre aqui. sentado a ver-te pintar o mundo com palavras. com orações subordinadas ao teu universo. que é tantas vezes meu também - eu sou eu. sou pouco mais do que nada. serei sempre este grão de poeira no tempo – há dias que apenas sou o que consigo ler. são as tuas palavras que me aliviam a dor de não saber escrever – nesses dias de caos. ainda sou mais teu amigo. estou mais aí. mais perto do que és. do que somos com palavras – afinal. somos palavras que se escrevem umas nas outras. construindo quem somos a cada linha partilhada



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