.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

11/03/2012

«HÁ UMA PORTA QUE EU FECHEI ATÉ AO FIM DO MUNDO»




jorge luis borges





Há uma linha de Verlaine que não mais recordarei,
Há uma rua próxima vedada aos meus passos,
Há um espelho que me viu pela última vez,
Há uma porta que eu fechei até ao fim do mundo.
Entre os livros da minha biblioteca (estou a vê-los)
Algum existirá que já não abrirei.
Este verão farei cinquenta anos;
A morte, incessantemente, vai-me desgastando.





Jorge Luis Borges traduzido por Ruy Belo


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