maldito poeta
que gira no carrossel
e se não gira
como gira carrossel 
então…
não é coisa fiel
mas se gira
como gira carrossel
então… 
é poeta com nobel
mas se for poeta e não for nobel
então…
é poeta a granel
porque gira 
como gira um papel
mas se for poeta poeta
e girar
ao contrário do carrossel
então… 
é poeta cruel
porque gira
como mais ninguém gira
no carrosse
maldito poeta
que gira com o carrossel
não importa se gira
depressa 
ou 
devagar
não importa se gira
para a direita
ou 
para esquerda
ou 
gira por girar
ou 
gira por precisar
o que importa
para o poeta
é girar sem embaraçar
a palavra
que gira no carrossel
mas poeta que é poeta
não gira triste no
carrossel
muito menos 
gira contente
porque o importante 
é girar como se estivesse
a não girar
e mesmo que escarre para o carrossel
ele vai girar sem parar
porque escarro 
não para carrossel
carrossel
gira porque gira
e todo o poeta gira porque o carrossel gira
e se tudo gira 
com o carrossel
então...
o mundo gira
porque é no carrossel 
que tudo gira sem parar
mas que se lixe o carrossel.
e que se lixe quem gira no carrossel 
porque em boa verdade 
todo mundo gira porque tem que girar
girar sem parar
girar sem pensar
e até girar com pesar
e é neste girar do carrossel 
que mirrarei
com a palavra a girar
falar não sei
e mesmo que soubesse
quem me ouviria nesta roda viva
em que gira o meu carrossel 
poema declamado por: maria joão.
 
 
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