.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

13/05/2018

carrossel










maldito poeta
que gira no carrossel
e se não gira
como gira carrossel
então…
não é coisa fiel.
mas se gira
como gira carrossel
então…
é poeta com nobel.
mas se for poeta e não for nobel
então…
é poeta a granel
porque gira
como gira um papel.
mas se for poeta poeta
e girar
ao contrário do carrossel
então…
é poeta cruel
porque gira
como mais ninguém gira
no carrossel.


maldito poeta
que gira com o carrossel
não importa se gira
depressa
ou
devagar
não importa se gira
para a direita
ou
para esquerda
ou
gira por girar
ou
gira por precisar
o que importa
para o poeta
é girar sem embaraçar
a palavra
que gira no carrossel.


mas poeta que é poeta
não gira triste no
carrossel
muito menos
gira contente
porque o importante
é girar como se estivesse
a não girar
e mesmo que escarre para o carrossel
ele vai girar sem parar
porque escarro
não para carrossel.
carrossel
gira porque gira
e todo o poeta gira porque o carrossel gira
e se tudo gira
com o carrossel
então...
o mundo gira
porque é no carrossel
que tudo gira sem parar.


mas que se lixe o carrossel.
e que se lixe quem gira no carrossel
porque em boa verdade
todo mundo gira porque tem que girar
girar sem parar
girar sem pensar
e até girar com pesar.


e é neste girar do carrossel
que mirrarei
com a palavra a girar
falar não sei
e mesmo que soubesse
quem me ouviria nesta roda viva
em que gira o meu carrossel. 



poema declamado por: maria joão.





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