.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

04/11/2010

mau tempo









tenho as palavras alteradas. talvez por isso as gaivotas continuem em terra – até aquela gaivota malhada que sempre se fazia ao vento norte. com asas a rasgar a espuma que me caía do canto da boca me virou as costas – talvez lhe fale um dia destes. talvez lhe diga que o mar é infinito aos meus olhos. ou talvez lhe vire as costas – verei o que fazer com as palavras. talvez guardá-las para sempre do sal que as corrói – mas do mar nunca tirarei os olhos. foram baptizados por um deus que não sabia escrever. sabia apenas equilibrar – nasceram as marés





2 comentários:

  1. Tão belo... parabéns pela intensidades das palavras, gosto muito de poemas a ssim, proseados, gritados, saídos do âmago da alma, me identifico com o teu poetar.

    Abraços.

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  2. são estes gostares quase silenciosos que empedram o meu caminho - as palavras. e só as palavras ditas em sussurro se tornam incómodas de tão belas - escrever é a redenção

    beijo márcia

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