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e agora.
como resolvo
estar vivo se é na morte das palavras que nós encontramos as mãos com que
escrevemos
como faço
para estar vivo se é com a tristeza da perda que as minhas gaivotas voam
diz-me
diz-me
se morrer é
esta coisa de dizer coisas sem sentido
se morrer é
abraçar as tuas palavras como se fossem tiradas de dentro de mim
se morrer é
gritar pelas cores que enxergo no que escreves
e eu cada
vez mais negro
-
encosto-me
encosto-me
numa marquesa que já foi rainha
e escrevo
nunca fui
nada
penso.
quero pensar
nesta garganta que já não faz barulho
e o vazio é
enorme
vai daqui
até dentro do meu dedo indicador
-
onde está a
aguardente
quero
queimar a voz
as palavras
tem que nascer roucas
como o
coração
rouco de
gritar por socorro
e eu só
morto sem
saber
só tu aí me
ouves
correio privado com a minha querida amiga vânia - abril de 2012
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