.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

08/05/2014

correspondência violada - 01




imagem google
 
 

e agora.

como resolvo estar vivo se é na morte das palavras que nós encontramos as mãos com que escrevemos
como faço para estar vivo se é com a tristeza da perda que as minhas gaivotas voam
diz-me
diz-me
se morrer é esta coisa de dizer coisas sem sentido
se morrer é abraçar as tuas palavras como se fossem tiradas de dentro de mim
se morrer é gritar pelas cores que enxergo no que escreves
e eu cada vez mais negro
-
encosto-me
encosto-me numa marquesa que já foi rainha
e escrevo
nunca fui nada
penso.
quero pensar nesta garganta que já não faz barulho
e o vazio é enorme
vai daqui até dentro do meu dedo indicador
-
onde está a aguardente
quero queimar a voz
as palavras tem que nascer roucas
como o coração
rouco de gritar por socorro
e eu só
morto sem saber


só tu aí me ouves

 
-


correio privado com a minha querida amiga vânia - abril de 2012



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