.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

27/01/2021

negacionistas e exibicionistas





ilustração - bruno carbinat



percebi que o problema dos negacionistas e exibicionista é falta de atenção. é gente carente. e que em algum momento da sua frugal existência [ou todos] foram excluídos. rejeitados. pouco amados. com poucos valores de família. ou mesmo sem ela – é por isso que continuamos a assistir diariamente às maiores crueldades nas redes sociais – raio de redes sociais que dão palco a tudo que é roto e desmiolado – mas. é para mim de fácil depreensão. que o problema dessa malta porreira não é a covid19. o problema é a carência de likes que alimenta o seu ego maltratado – necessitam visibilidade. de se fazerem existir incansavelmente todos os dias. sentem-se sós. perdidos na sua carapaça de modernos e destemidos – quase sempre incompreendidos na sua pujança económica. portadores de um DNA supra-raro. certificado de linhagem rara. pura e cara: o / a self-made man / woman - tuga – são assim um género de sem-abrigo excêntricos da internet. vagueiam pela rede desde a alvorada à procura de almas virtuais. e adormecem esgotados debaixo de um alpendre amarrados a um papelão – são os vampiros do mundo moderno que. ao contrário dos antigos vampiros. intolerantes à luz solar e à exposição mediática. encontravam as suas presas a coberto da noite – esta nova linhagem de vampiros vagueia pela internet noite e dia. de cara destapada e exclusivamente à procura de atenção e admiração – diria mais: se fossem gatos passavam o dia a miar. numa espécie de cio desesperado. ou dança sexual. exibindo colarinhos e rendas em selfies instantâneas. e com ejaculações apoteóticas de hormonas no écran do computador – estamos com quase trezentos mortos dia. as ambulâncias fazem fila nos hospitais. os médicos estão desesperados. o SNS colapsou. os apelos para ficar em casa são dramáticos. e essa malta continua a falar de si. a correr risco. a ir aqui e ali. a visitar o tio e a tia. como se fossem o centro do universo. como se tivessem um livre-trânsito para serem parvos há frente de quem sofre – deveríamos estar todos a fazer luto. a fazer um ato de contrição. a perceber onde cada um de nós errou para isto chegar onde chegou – foi essa geração de velhos que nos pariu. passou pandemias. guerras. fome. entregou-nos o mundo livre. entregou-nos paz. segurança. educação. leis. entregou-nos um lar para termos a vida que temos hoje – o mundo como o que conhecíamos está nos cuidados intensivos – veremos mais tarde como serão as sequelas. veremos sim. infelizmente. o justo e o pecador pagarão da mesma forma – resta-nos a honra e o respeito pelos nossos profissionais de saúde 

 

 


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