já
percebi que o problema dos negacionistas e exibicionista é falta de atenção.
é gente carente. e que em algum momento da sua frugal existência [ou
todos] foram excluídos. rejeitados. pouco amados. com
poucos valores de família. ou mesmo sem ela – é por isso que continuamos
a assistir diariamente às maiores crueldades nas redes sociais – raio de redes
sociais que dão palco a tudo que é roto e desmiolado – mas. é para mim de
fácil depreensão. que o problema dessa malta porreira não é a covid19.
o problema é a carência de likes que alimenta o seu ego maltratado – necessitam
visibilidade. de se fazerem existir incansavelmente todos os dias.
sentem-se sós. perdidos na sua carapaça de modernos e destemidos – quase
sempre incompreendidos na sua pujança económica. portadores de um DNA
supra-raro. certificado de linhagem rara. pura e cara: o /
a self-made man / woman - tuga – são assim um género
de sem-abrigo excêntricos da internet. vagueiam pela rede desde a
alvorada à procura de almas virtuais. e adormecem esgotados debaixo de
um alpendre amarrados a um papelão – são os vampiros do mundo moderno que. ao
contrário dos antigos vampiros. intolerantes à luz solar e à exposição
mediática. encontravam as suas presas a coberto da noite – esta
nova linhagem de vampiros vagueia pela internet noite e dia. de cara
destapada e exclusivamente à procura de atenção e admiração – diria mais:
se fossem gatos passavam o dia a miar. numa espécie de cio desesperado.
ou dança sexual. exibindo colarinhos e rendas em selfies instantâneas.
e com ejaculações apoteóticas de hormonas no écran do computador – estamos com
quase trezentos mortos dia. as ambulâncias fazem fila nos hospitais.
os médicos estão desesperados. o SNS colapsou. os apelos para
ficar em casa são dramáticos. e essa malta continua a falar de si.
a correr risco. a ir aqui e ali. a visitar o tio e a tia. como
se fossem o centro do universo. como se tivessem um livre-trânsito para
serem parvos há frente de quem sofre – deveríamos estar todos a fazer luto.
a fazer um ato de contrição. a perceber onde cada um de nós errou para isto
chegar onde chegou – foi essa geração de velhos que nos pariu. passou
pandemias. guerras. fome. entregou-nos o mundo livre.
entregou-nos paz. segurança. educação. leis.
entregou-nos um lar para termos a vida que temos hoje – o mundo como o que conhecíamos
está nos cuidados intensivos – veremos mais tarde como serão as sequelas.
veremos sim. infelizmente. o justo e o pecador pagarão da mesma
forma – resta-nos a honra e o respeito pelos nossos profissionais de saúde
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