caminho na projeção da lonjura do tempo
diria
que estou envelhecido
tudo o que me resta é a demora
consumida
num rugido silencioso
no intervalo das
pernas respiro a morte
sempre certa
num prazo incógnito
umas vezes espero em raiva
outras
apenas medo
o tempo real é irreal
acrescento presságio
à melancolia
baralho cartas
interrogo estrelas
cuspo búzios
e o corpo pendurado na corda é um balanço
às vezes
quase vivo
ás vezes
quase morto
e num coma induzido
finjo-me outro
respiro dor em silêncio
arfo
arrependimento
num bate coração cansado
onde
o corpo afunda
desonra pelo que não fez
escarra fel pelo que fui
sufoca na sua
própria vida
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