1º
de maio. dia do
trabalhador. das palavras também. e das ideias. e das dores. e da morte. e do
riso. e do fogo. e do sol. e da água. e da terra. e do vento que engole
gaivotas pelo grito da garganta dos homens perdidos. sem casa. sem trabalho.
sem campo. sem mar. sem fábrica. sem pão. sem saúde. sem amigo. sem abraço. sem
fraternidade e sem sequer um instante para chorar – e eu aqui. escrevendo como
se a minha arte fosse palavra. não é. não é – é raiva pela minha incapacidade de
dirigir-me a deus e dizer-lhe que em criança acreditava na sua justiça – hoje.
homem. não acredito em nada. nem abril. nem novembro. nem cravo. nem em coisa alguma.
morto para a fé – definitivamente descrente. quero que este dia passe rápido. pelo
respeito ao meio milhão de desempregados do meu país. por aqueles que esperam e
nada encontram – que vai ser dos filhos do nosso mundo?
.................................................................................não tirem o vento às gaivotas
01/05/2012
1º de maio: dia de tudo e de nada
pieter bruegel
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Pois é. Uma questão que me coloco permanentemente. Apesar de tudo, continuo a acreditar em Deus.
ResponderEliminarFoi o artigo do Xavier Zarco no nosso grupo que me "espevitou" e descobri dessa forma o seu blogue. Sou já seguidora. Um abraço. Ana Casanova
obrigado ana - será sempre bem recebida neste bocado de mim feito de palavras
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