lynch-Smith
quando não compreendo alguma coisa. ou essa coisa me
magoa ou ainda altera substancialmente o meu equilíbrio emocional e as dúvidas
aparecem a ocupar todo o meu espaço corporal. fico preocupado – não estou
habituado a que o erro acabe por consumir todo o meu lado bom – recorro então à
imaginação e forço o corpo a acreditar que a vida está a seguir o seu percurso normal
da seleção das espécies – o planeta terra não para de centrifugar. voltas e
mais voltas. sempre à mesma velocidade. geram a primavera e o outono – quem
diria – incrivelmente tudo nasce e morre neste ciclo e o planeta sempre a
sorrir com o saber de milhões e milhões de anos de perdas – foi assim que chegamos
ao homem dos nossos dias – imagino então a terra como uma máquina de lavar roupa.
trouxa suja para dentro e o programa a fazer a lavagem a altas temperaturas com
os glutões do presto a comerem tudo que é nódoa – só não me vejo a torcer
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