não sei.
esta coisa de escrever a vida muitas vezes não dá certo – não sei. não sei
mesmo. encontro sempre dúvidas nas palavras. são sempre tão imprecisas. incertas.
inconstantes – e a morte está sempre tão presente que os verbos nunca multiplicam
futuro. o tempo-esperança é sempre tão frio. como inverno. gelo. cadáver – se
fosse um sorvete. seria verão. calor. família. doçura. mel. amigos – aonde
estou se aqui não me encontro? para onde vou. se nunca daqui saí? um dia serei odor.
defunto. choro em faces comprimidas – diluído nas lágrimas a parte que tinha de
bom. na oração. a solução para todos os erros. e por fim. uma mão cheia de água
benta para dizer: vai com deus – depois. virão as memórias misturadas com silêncio
para os que ficam – o tempo será então saudade

 
 
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