sossego. as mãos nos ouvidos abafam a vida que me chega em tormento – novos
adamastores – já não suporto mais a falta de esperança de um povo que um dia
passou além da taprobana – e é nesta república. nesta amálgama da ocidental
praia lusitana. que um dia nos vestiram o futuro com as nobres cores da
esperança-futuro e coragem-sangue – mentirosos. vigaristas. trapaceiros.
vampiros. que fizestes à espada de d. afonso henriques? que fizestes ao pinhal
de d. dinis? que fizestes às naus de d. joão II? e do fontismo o que nos resta?
sangue. é tudo o que sobra da nossa bandeira. sangue-dor. sangue-desilusão. sangue-fome.
sangue-desespero. sangue-desemprego – não há verde. do escudo ficarão apenas as
chagas de cristo ressuscitadas – mas ainda
somos a nação lusitana. nobre povo. valente. imortal. e que. corajosamente.
continuamos a marchar contra os canhões – camões. por quem perdeste um olho?
.................................................................................não tirem o vento às gaivotas
28/02/2012
camões. por quem perdeste um olho?
Lembranças, que lembrais meu bem passado
Lembranças, que lembrais meu bem passado,
Pera que sinta mais o mal presente,
Deixai-me, se quereis, viver contente,
Não me deixeis morrer em tal estado.
Mas se também de tudo está ordenado
Viver, como se vê, tão descontente,
Venha, se vier, o bem por acidente,
E dê a morte fim a meu cuidado.
Que muito melhor é perder a vida,
Perdendo-se as lembranças da memória,
Pois fazem tanto dano ao pensamento.
Assim que nada perde quem perdida
A esperança traz de sua glória,
Se esta vida há-de ser sempre em tormento.
luís vaz de camões
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