não
sei
como escrever que a vida é um momento – um dia entrei num espaço cheio de
palavras. percebi. gente escrevia. uns bem. outros assim assim – afortunado. a
imaginação ganhou asas. as palavras fizeram-se gaivota e o sal do mar imaginário
cobriu-me o corpo de voz-papel – agora. agora sou assim. escrevo assim assim. e
nesta vida assim procuro o futuro – assim. sem saber se hoje é dia de escrever.
sou assim ou assim assim. não sei. não sei mesmo. mas não importa – sei que hoje
tenho terra debaixo dos pés e um punhado de palavras ainda por escrever – o tempo?
interessa? um dia só as árvores saberão contá-lo. haverá sempre mais árvores e
menos um nome para chamar – por mais tempo que viva nunca verei as árvores
darem pássaros. só ruy belo sabe fazer das palavras árvores com pássaros – na
minha árvore não haverá pássaros. os meus frutos cairão com as folhas de outono
– silêncio – tal como o poeta. continuarei a amar as árvores-pássaro enquanto
elas crescerem dentro de mim
.................................................................................não tirem o vento às gaivotas
21/02/2012
voz-papel
caricaturista brasileiro amaro amaral
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