.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

18/04/2012

vânia lopez - amém







amém



é pra você esse poema
como girassóis pelo caminho
água contra a natureza
a primeira tragada da manhã

é pra você
toda palavra que voa
o pulso que treme
minha colheita de milho
tua alma canto baixinho
como pássaros na borda da veste
um punhado de beleza
que ronda o céu do seu peito

passo a vida com teu cheiro
para molhar meu bordado
de lembrar-te
num sentimento fino
do que quer ficar
enquanto você vai em tantos planos

na pausa da oração
... depois do amém


vânia lopez - dedicou ao meu aniversário



respondo:



se este poema fosse para mim
juntava ao girassóis um sorriso
pela terra
as pegadas de uma voz que não ouves
colhe palavra a palavra
na água
o orvalho das minhas manhãs

se este poema fosse para mim
o corpo diria
que todas as gaivotas sabem voar
no peito
o belo de um céu estrelado
na boca
o nascer da primavera

se este poema fosse para mim
fazia dele uma ponte
um braço a cair para dentro de ti
no toque
traçava ruas feitas
de nós
assim como somos
com este vai e volta
imaginário
de que a terra
é afinal
uma mão aberta de girassóis

se este poema fosse para mim
assim como só eu sei que sou
vou ser sincero
não sei o que faria com ele
talvez uma oração
a cair da boca
em forma de beijo

sampaio rego



4 comentários:

  1. Amigo poeta :

    O que faço aqui ? Querendo com a interrogação precedente dizer que face à grandiosidade do que aqui leio não sei , nem consigo manter a postura , caindo ... para agradecer ao universo a dádiva dos dois autores aqui representados ...

    Abraços a ambos

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  2. não sei porque as palavras aqui vivem sorrindo... parece
    coisa do nordeste, estrangulando os sentidos, chorando pela
    chuva, nada acaba numa palavra vermelha.

    Fica um pouco do que sinto quando te escrevo em palavras...
    beijos

    Vania Lopez


    Jorge e Dani, obrigada pelo perfume

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  3. é esta a força das palavras. e eu sem saber o que fazer com a dádiva dos que me entregam os olhos com voz. obrigado jorge e dani

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  4. coisa de amiga do coração - as palavras são sempre tão gratas com quem escreve. deixam-nos dizer. é importante dizer. eu digo. tu dizes. nós dizemos. e o verbo perdido entre os tempos verbais. e os sorrisos feitos de girassóis são agora "bem-mequeres"

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