e a tenda enche-se
de gente emocionada. olhos no ar. e os corpos rodopiam num desafio
constante à gravidade – elas voam de baloiço em baloiço. sem rede. e um sorriso.
e outro. e entre as pernas
afogueadas insinua-se o calor de um humano escuro como breu – o amor ao circo
permite tudo – e o chicote estala enquanto os leões rosnam em cio comprado numa
loja de bugigangas orientais – as leoas retocam os lábios. prometendo-lhes
afagos e segredos que os tornam reis numa selva de manjericão – e o mágico faz
desaparecer tudo quanto seja amor. e
da cartola sai mais uma ereção para o público gritar em delírio: sexo. sexo. sexo – as palmas
já não bastam – é o vício – é o jogo das cadeiras a circular… e corre o leão. segue-se o elefante. atrás.
o jacaré. depois o hipopótamo e a formiga sem lugar para se sentar – é o circo
da vida – e o que é fogo que não arde é agora uma labareda – a estrada da noite
é longa e o desatino torna-se alegria dentro de uma caixa de viagra – o circo
sempre em movimento. de cidade em cidade.
de alma em alma. de controle em controle ninguém quer parar a ilusão –
brevemente numa casa de ejaculações perto de si
.................................................................................não tirem o vento às gaivotas
25/01/2019
a tenda II
ricardo paula
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