deixo-vos aqui um punhal
trago-vos o corpo mais tarde
já o matei muitas vezes
mas teima em respirar
para não haver engano
o poema estará sem olhos
nos ouvidos dois círios
na boca o silêncio
nas mãos um livro do Miguel Torga
esta dor de ler a dor
um dia tem que morrer
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