deixo-vos aqui um punhal
trago-vos o corpo mais tarde
já o matei muitas vezes 
mas ele teima em respirar
para que não haja engano
o poema estará sem olhos
nos ouvidos dois círios
na boca. apenas o silêncio 
nas mãos. um livro do torga
onde a dor é palavra 
dor de ler a dor
um dia. ela tem que morrer

 
 
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