.................................................................................não tirem o vento às gaivotas

17/07/2010

o – E –










...não há poetas assim. esse é desenhador. desenha tempos. desenha modos. fornalhas. cunhos de ferro para poder reproduzir o que lhe dizem - um poeta dá-se. entrega-se. despede-se. que de tão nu só os que amam a vida sabem que deixou cair a última peça de roupa - um poeta -mar. alexandra - um poeta é um pranto interminável. ainda hoje acordei com um – E – nas mãos. bonito estava feito à maneira antiga. levava aquelas curvas que lhe davam a beleza de todas as manhãs do mundo. olhei-o. não sabia o que fazer com ele. tão elegante. penso que era a primeira vez que estava no meu mundo. pensei prega-lo um numa parede onde guardo uns quadros com umas pessoas vivas lá dentro – depois. percebi que não tinha boca. nem braços. nem corpo. nem pés. nada onde pudesse levar uma pequena taxa para o segurar à vida - fiquei sem saber o que fazer. escrevi então: Era uma vez. um poeta... - ficou feliz. encontrou a sua família - os poetas tem uma família especial. deles. de mais ninguém

[resposta a um texto da Mar -o poeta.-]



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